Movimentação de cargas em ferrovias do Estado é de apenas 7%

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Apenas 7% das cargas movimentadas no Rio, através de ferrovias, são produzidas no próprio estado. Quase toda a mercadoria que passa pela malha ferroviária do Rio de Janeiro vem de Minas Gerais trazendo minério de Ferro. A informação consta no levantamento da Secretaria de Estado de Planejamento (Seplag), que foi apresentado à Frente Parlamentar Pró-Ferrovias Fluminense, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), em reunião nesta sexta-feira (15/09). Os dados vão fazer parte do Plano Estratégico de Desenvolvimento Social (Pedes) que está sendo elaborado pelo Executivo.

“O nosso tráfego interno ainda é muito tímido. Temos que pensar em ampliar a nossa envergadura de produção e transporte de cargas nas nossas ferrovias. A logística pode pavimentar o desenvolvimento econômico do nosso estado. É importante que a ferrovia seja financiada e isso só vai acontecer quando tivermos demanda, por isso é importante transportar a nossa carga pelas ferrovias”, afirmou o assessor da Seplag Eduardo Duprat.

Após estudos, técnicos da Seplag identificaram quais municípios poderiam se beneficiar mais com a ampliação da malha ferroviária, especialmente os das regiões Centro Sul e do Médio Paraíba Entre eles estão Três Rios, Petrópolis e Nova Friburgo, que têm setores industriais relevantes, com atividades produtivas como confecção de artigos têxteis; produtos de borracha e itens farmacêuticos.

“Esse aproveitamento da malha ferroviária é fundamental para alavancar a economia do Rio. Agora, precisamos pensar em uma lógica de ligação entre as ferrovias, inclusive de bitolas largas com as estreitas, e também em uma conexão com os portos e as rodovias. Esse é um desafio importantíssimo que temos pela frente”, disse Duprat.

Cenário promissor

Para o coordenador do colegiado, deputado Luiz Paulo (PSD), a reforma tributária que está sendo discutida no Congresso Nacional poderá beneficiar o Rio e impulsionar novos investimentos na malha ferroviária estadual.

“A reforma tributária passa a taxar os produtos no destino e não mais na origem, ou seja, isso liquidou ou vai diminuir muito o incentivo fiscal e, assim, passará a ganhar mais os estados que têm um forte mercado consumidores, como é caso do Rio de Janeiro, que hoje é o maior estado consumidor no país, se cotejarmos a produção e o consumo. Se essa mudança estiver associada a um plano estratégico, principalmente no setor ferroviário, teremos ganhos enormes, por isso esse é o momento de pensarmos na ampliação da nossa malha ferroviária”, afirmou Luiz Paulo.

Ferrovia EF-118

Outro ponto apresentado foi a concretização da Ferrovia EF 118, que liga o Rio de Janeiro a Vitória, capital do Espírito Santo. Ela será fundamental para suportar o crescimento do país e ampliar a competitividade do setor produtivo, segundo explicou Luiz Paulo. A ferrovia já foi inserida no novo Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) e vai passar pelo Porto do Açu, que vem se preparando para se transformar em um grande hub logístico de excelência para o Brasil.

Para o deputado, com a inclusão da Ferrovia EF 118 ao programa do Ministério dos Transportes, esse é o momento oportuno para traçar o caminho do desenvolvimento do estado, destravando novos investimentos e reduzindo a dependência do transporte rodoviário no escoamento da produção do estado. “Se você olhar o Norte Fluminense vai reparar que nunca cuidamos seriamente da malha ferroviária. Sinto falta de uma ferrovia que saia do Açu em direção a Minas, por exemplo”, disse.

De acordo com a diretora de Relações Institucionais da Associação Nacional das Ferrovias Autorizadas (Anfa), Bárbara Bortolin, fazer com que o Açu seja acessado também por trilhos, com a concretização da Ferrovia EF 118, vai equilibrar o sistema portuário brasileiro e consolidar um dos maiores corredores para exportação do agronegócio no país. Segundo ela, em 2022 o Porto do Açu movimentou 57 milhões de toneladas de carga.

“Com a conexão com a ferrovia esse potencial de movimentação por ano ficará ainda maior. A previsão é de que ao adicionar a ferrovia a gente consiga aumentar a carga em oito milhões de toneladas. Esse é um valor significativo. A previsão é de que em 2035, só pela ferrovia, seja possível movimentar mais de 20 milhões de toneladas de cargas”, projetou Bortolin.

Também participaram da audiência os deputados Jarí (PSB), Lucinha (PSD) e Martha Rocha (PDT).

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