Alerta de prevenção a doenças respiratórias marca último Gabinete de Crise da Covid
A Reunião do Gabinete de Crise da Covid-19 e Vigilância das Doenças Emergentes e Reemergentes chegou a sua 40ª edição nesta segunda-feira (15). Com pouco mais de uma hora de duração, autoridades em saúde apresentaram dados sobre o atual cenário da doença, principalmente o fim da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) e fizeram importante alerta quanto à triplidemia, ou seja, a circulação conjunta de vírus, como Covid-19, Influenza e Vírus Sincicial Respiratório (VSR), principal responsável por pneumonia e bronquiolite em crianças e que levou ao “estrangulamento” da assistência pediátrica na cidade nas últimas semanas.
Assim como nas anteriores, a reunião foi aberta pelo secretário de Saúde Paulo Hirano, e seguiu com a exposição de dados e análise do superintendente da Rede Campos de Saúde Pública, o infectologista Charbell Kury. Além da presença do chefe de gabinete do vice-prefeito, Marcelo Freire, participaram de forma virtual, representantes do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, a promotora Maristela Naurath, da Defensoria Pública, Aline Barroso, Procon, PrevCampos, dentre outras instituições.
Hirano considerou o número de 40 reuniões, todas focadas na discussão e determinação das diretrizes em relação ao enfrentamento da Covid, bastante significativo. “Com certeza passamos por momentos muito difíceis, de angústia e muitas dificuldades, mas com a luz de Deus fomos enfrentando, derrubando as dificuldades, ultrapassando as barreiras e conseguimos chegar até o dia de hoje. Então, primeiramente quero agradecer a todos. Foi muito importante a participação de todos para que chegássemos até aqui”, declarou o secretário, que continuou:
“Costumo dizer quando falamos de saúde, de doenças, que os momentos são cíclicos. Temos sempre o aparecimento de novas doenças, o reaparecimento de outras que ficam, muitas vezes, hibernando no seu canto, mas quando tratamos de doenças, principalmente as ocasionadas por outros seres vivos, estamos sempre numa guerra biológica. Vem a agressão externa do agente, quer seja um vírus, uma bactéria ou um fungo, e, por outro lado, nossas defesas. A defesa nossa é a imunidade, que permite que a gente consiga suportar essas agressões e consigamos ganhar essa guerra biológica. E volto a dizer aqui, como sempre defendemos, a vacina é o grande caminho”, disse Hirano.
O fim da ESPII em 5 de maio não significa que a Covid-19 acabou. A doença continua de forma sazonal, segundo Charbell. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que já são 765 milhões de casos no mundo, com total de 6 milhões de mortes e 13 bilhões de vacinados. Atualmente no Estado do Rio, a taxa de positividade para a doença detectada pelo exame PCR é de 13% e de antígeno de 4%, com predominância da cepa XBB.1.16, denominada de Arcturus, que é uma subvariante da ômicron. Em Campos, a positividade está entre 13% e 14%, com poucas internações em leitos de UTI do SUS. A UTI privada está quase zerada.
Charbell afirmou ainda que a morbidade, que é a chance de morrer ao pegar a Covid-19, reduziu muito, mas a circulação dela junto com outras doenças, como vem ocorrendo atualmente, é perigosíssima. “Em relação à Covid-19, não irá matar mais como antigamente, mas ela vai causar um distúrbio nos outros vírus”, disse. E, para quebrar essa circulação, o especialista reforça a necessidade das vacinas, principalmente a bivalente contra a Covid-19 e Influenza que previne contra a gripe.
“O que precisamos agora é que as pessoas procurem os postos para a vacinação bivalente que está liberada para pessoas acima de 12 anos. Ela é fundamental para que possamos quebrar a cadeia de transmissão, principalmente os idosos que não estão se vacinando. No caso das crianças menores, tomar as doses da vacina monovalente, pois ainda não podem tomar a bivalente”.