Alerj terá grupo de trabalho para articular reajuste do piso salarial regional
A presidente da Comissão de Trabalho da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), deputada Dani Balbi (PCdoB), anunciou, nesta segunda-feira (27/03), que formará um grupo de trabalho com os deputados e representantes de seis sindicatos de trabalhadores para articular o reajuste do piso salarial regional. Os valores não são reajustados desde 2019, impactando o orçamento de mais de dois milhões de fluminenses, conforme estima a comissão. A medida foi anunciada após audiências com os sindicalistas.
“A proposta foi apresentada pelo deputado Valdecy da Saúde (PL) e será formalizada no âmbito da Comissão de Trabalho para que ela tenha peso institucional”, explicou Balbi. “O intuito é fazer o reajuste sair do papel e acho que o que conseguimos esse fôlego de mobilização para negociar [com o governo] e mobilizar as categorias. O objetivo é estabelecer uma mesa de negociação”, completou. A deputada ainda explicou que o prazo para formalização do grupo é até o dia 1º de maio, quando entrará em vigor o reajuste do salário mínimo nacional para R$ 1.320,00.
Atualmente, duas das seis faixas salariais previstas na Lei do Piso Regional estão abaixo do atual salário mínimo nacional, de R$ 1.302,00. Elas abrangem profissionais como empregadas domésticas, guardadores de veículos, pedreiros, garçons, dentre outros. Balbi explicou que, como a legislação federal se sobrepõe à estadual, o valor a ser pago aos trabalhadores segue sendo, nesses casos, o salário mínimo nacional, mas a demora para o reajuste do piso regional “demonstra defasagem para os trabalhadores”.
O deputado Valdecy reiterou a importância do reajuste do piso e afirmou que também encaminhará as demandas à presidência da Alerj. “A gente percebe o sofrimento da categoria, em especial os técnicos de enfermagem e de laboratório”, comentou. “Tenho certeza de que o governador está muito sensível a resolver esse problema do reajuste”, disse.
O deputado Val Ceasa (Patriota) também foi crítico à demora para concessão do reajuste. “Temos que nos unir para pressionar o governo para conceder esse reajuste. É inadmissível que o povo trabalhador fique passando fome”, declarou.
O grupo será formado com um representante de cada uma das seguintes organizações sindicais: Central Única dos Trabalhadores; Central dos Sindicatos Brasileiros; Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil; União Geral dos Trabalhadores; Nova Central Sindical de Trabalhadores; e Força Sindical.