Vereadores repudiam invasão do MST em Sapucaia em nota oficial

Na manhã de ontem, segunda-feira (10), centenas de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam uma área da Fazenda Santa Luzia, pertencente à Usina Sapucaia, em Campos. O grupo alega que a ação tem o objetivo de pressionar o governo federal a concluir o processo de adjudicação de duas matrículas em trâmite no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
A ocupação foi duramente criticada pela Coagro e pelos 25 vereadores da Câmara Municipal de Campos, que assinaram uma nota conjunta de repúdio ao ato, classificando-o como inaceitável. Apesar das diferenças políticas entre os parlamentares, houve consenso de que a invasão das terras é ilegal.
Produtores rurais temem prejuízos
Ivanilson dos Santos Vieira, de 68 anos, subarrendatário da usina Coagro, afirmou que cultiva cana-de-açúcar e mantém criação de gado de corte e leite na propriedade desde 2013.
“Não há justificativa para essa invasão. Eu e outros produtores trabalhamos nessa terra há anos sem interrupções. A Justiça precisa agir”, declarou.
Ele também demonstrou preocupação com os possíveis impactos da ocupação. “Não sabemos o que pode acontecer com o gado e com o plantio de cana em andamento. Trabalhamos duro para a safra de 2025 e não podemos ficar calados”, ressaltou. Além das plantações, a área invadida conta com três açudes e um projeto de reflorestamento.
Nota de Repúdio da Câmara Municipal
Os vereadores de Campos assinaram uma nota oficial condenando a ocupação, destacando os riscos para a produção agrícola e a economia local.
“A invasão de terras produtivas prejudica centenas de cooperados e ameaça a segurança dos trabalhadores. Além disso, compromete a geração de empregos e renda para milhares de famílias da região.”
O documento também reforça a defesa da propriedade privada e da segurança jurídica, pedindo providências imediatas para a reintegração da área.
“Confiamos na Justiça para garantir a retomada das terras e a continuidade das atividades produtivas, assegurando o desenvolvimento sustentável e o respeito às leis.”