Nova técnica de aplicação de vacina sem agulhas usando ultrassom mostra maior eficácia

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Cientistas da Universidade de Oxford desenvolveram um método inovador para administrar vacinas por meio de ultrassom, eliminando a necessidade de agulhas e perfurações na pele. Nesse método, as moléculas dos imunizantes são combinadas com minúsculas proteínas em formato de copo e aplicadas através de um líquido, semelhante aos exames de ultrassom, por aproximadamente um minuto e meio em camundongos de laboratório.

Durante os testes com os roedores, a vacina sem agulhas foi aplicada e absorvida pela camada mais superficial da pele, resultando na formação de bolhas contendo o imunizante devido ao formato das proteínas. Com a continuidade da aplicação do ultrassom, as bolhas estouravam, liberando a substância no corpo. Esse processo também auxiliava na remoção de algumas células mortas da pele, tornando-a mais permeável e permitindo que mais moléculas vacinais a atravessassem.

Ao contrário das vacinas comuns, aplicadas por meio de agulhas até atingirem os músculos além da camada de pele, o método ultrassônico alcança somente a camada mais externa do corpo. Contudo, os cientistas afirmam que essa aplicação superficial já é suficiente para conferir imunização a uma pessoa. Surpreendentemente, nos experimentos com os camundongos, observou-se que, apesar de fornecer 700 vezes menos moléculas de vacina em comparação a uma seringa, o método resultou em uma produção maior de anticorpos nos animais.

Os pesquisadores sugerem que essa resposta robusta pode ser devido à presença de mais células imunes na pele do que nos músculos, porém essa questão ainda está em fase de investigação. Não foram identificados sinais de dor nos roedores, e não houve danos visíveis à pele após a aplicação do ultrassom. Embora o novo método possa superar o medo das agulhas, sua implementação em larga escala dependerá de estudos mais aprofundados e testes em seres humanos.

Outra questão a ser considerada é a possibilidade de as bolhas espalharem as moléculas imunizantes de maneira irregular ou em quantidades imprevisíveis, aspecto que será analisado por meio da gravação dos sons gerados pelo estouro das bolhas sob a pele. Os resultados preliminares dessa pesquisa foram apresentados na Conferência de Acústica 2023, sediada em Sydney, na Austrália.

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