Mães que tiveram terapias dos filhos suspensas pela Unimed acionam o MP
A situação das crianças que estão com terapias suspensas pela Unimed Rio continua na mesma. Após a manifestação nessa segunda-feira (18) de mães e responsáveis por cerca de 150 crianças que passam por tratamento em uma clínica particular de Campos e se encontram sem tratamento, a Unimed não apresentou previsão para o repasse às clínicas credenciadas.
Os responsáveis buscaram, ainda nessa segunda-feira, o Ministério Público (MP-RJ), que os orientou a fazer um levantamento de todas as clínicas e pacientes afetados para que o órgão possa tomar as medidas cabíveis.
Helloysa Medeiros, conta que a sua filha tem seis anos, com diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e alguns atrasos, especialmente na fala, aprendizado e na interação social. “A minha filha estava desde Fevereiro realizando suas terapias – indicadas pela médica que a acompanha – necessárias ao seu desenvolvimento para que ela possa se desenvolver melhor e plenamente. Hoje esses atendimentos encontram-se suspensos pela clínica por falta de repasse da Unimed Rio que não vem honrando com o seu contrato de pagar as terapias da minha filha e das outras mais de 150 crianças nesta clínica localizada no bairro Jóquei Clube, como em outras clínicas pela cidade”.
Ainda de acordo com Helloysa, as mães se uniram em prol de fazer valer os direitos das famílias e das crianças. “Nossos planos encontram-se pagos, mas sem a prestação do serviço acordado por falta de repasse, o que é um descaso! A Unimed Rio se reuniu conosco e com a clínica, manifestou-se reconhecendo o débito, mas continua sem informar quando a situação será regularizada”, ressaltou.
Mãe de uma criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA), Jaciara Gomes, diz que há nove meses a Unimed Rio não faz o repasse e com isso a clínica não conseguiu continuar com os tratamentos. “A minha filha está há dois anos fazendo tratamento na mesma clínica e, para um autista, a quebra de vínculos e de rotina com a terapeuta é extremamente ruim”, destacou a mãe.
A manifestação teve início em frente a Unimed e seguiu até a sede do MP, quando uma equipe pediu que quatro representantes entrassem para efetuar a denúncia. “Estamos nos mobilizando para essa denúncia no Ministério Público, juntando documentos, fazendo denúncia também na Agência Nacional de Saúde (ANS) e vamos continuar pressionando para que esses valores sejam repassados. Nós pagamos o plano de saúde em dia que, inclusive teve um aumento abusivo no início do ano, e precisamos minimamente que os nossos filhos sejam respeitados”, ressaltou Jaciara.
Ainda em relação à denúncia ao MP estadual, Helloysa Medeiros conta que o órgão as acolheu, entendendo a negligência dos direitos levados e alertou a todos que precisam do tratamento e não estão recebendo pela Unimed Rio. “Fomos recebidas com acolhimento pelo MP, mas ainda estão em fase de levantamento da situação. Para quem tem filho ou familiar que encontra-se em situação parecida, saiba que não está sozinho! A Unimed Rio precisa regularizar o pagamento dos tratamentos para que nossos filhos retornem às terapias. É um descaso que precisa ser reparado. Os planos de saúde não estão cuidando da saúde de seus clientes e nada está feito para que essas obrigações sejam cumpridas”, reforçou Helloysa.
Até o fechamento desta matéria a Unimed Rio não havia se manifestado. Em nota, a Unimed Campos disse que as contratações foram realizadas diretamente com a Unimed Rio, mas que espera que a situação seja resolvida o mais rápido possível.
“A Unimed Campos acompanha, de perto, os relatos de que pacientes/beneficiários da Unimed Rio estão com seus atendimentos suspensos em algumas clínicas da nossa cidade. As contratações desses serviços foram realizadas diretamente entre Unimed Rio e as clínicas, sem a participação da Unimed Campos. Reforçamos, aqui, o compromisso com o zelo, atenção e com a assistência de qualidade que sempre oferecemos aos nossos beneficiários. Unimed Campos, esclarecendo que os serviços, em todos nossos recursos próprios e em nossa rede credenciada, seguem com fluxo normal. Atentos, esperamos que essa situação seja resolvida da forma mais breve possível”, disse a nota.
Por Tatiana Rangel
Fotos: divulgação