Interior Fluminense se mobiliza contra veto presidencial ao PL do Semiárido

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O veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Projeto de Lei do Semiárido, em 8 de agosto, acendeu um movimento de resistência no Norte e Noroeste Fluminense. Prefeitos, parlamentares, entidades de classe e produtores rurais se articulam para tentar reverter a decisão no Congresso.

À frente da mobilização está o prefeito de Campos, Wladimir Garotinho (PP), autor da proposta, que busca apoio em toda a região e no estado. Durante encontro com Cláudio Castro em Santo Antônio de Pádua, Wladimir fez um apelo como autor da lei e em nome dos prefeitos e da população do interior para que o governador ajude a derrubar o veto presidencial.

A próxima grande ação será na sexta-feira (15), em Italva, na sede da Emater Rio. O encontro reunirá nomes de diferentes espectros políticos, como André Ceciliano (PT), secretário nacional de Assuntos Parlamentares; o senador Carlos Portinho (PL); e o deputado federal Lindberg Farias (PT), além de representantes do Consórcio Público Intermunicipal de Desenvolvimento do Norte e Noroeste Fluminense (Cidennf). Na pauta, alternativas para o programa Garantia Safra e a luta para estender à região benefícios semelhantes aos oferecidos pela Sudene, previstos no PL 1.282/24.

A pressão ganhou força no último sábado (9), durante a 64ª Exposição Agropecuária e Industrial de Campos. Wladimir esteve ao lado do secretário estadual de Desenvolvimento Regional do Interior, Pesca e Agricultura Familiar, Jair Bittencourt (PL), e de produtores rurais. Jair Bittencourt afirmou que, se o Norte e Noroeste não forem reconhecidos como semiárido, não há outra definição possível, e reforçou que não será aceita a exclusão da região.

O governador Cláudio Castro também reforçou a crítica, dizendo que mais uma vez o Rio é prejudicado e que o PL do Semiárido daria fôlego ao agro e ao estado, que já contribui muito para a União e recebe pouco em troca.

No Congresso, o deputado federal Murillo Gouvea (União) alerta para os impactos econômicos. Segundo ele, o reconhecimento oficial da região como semiárida abriria acesso a financiamentos com juros reduzidos, prazos maiores e carência, além de programas de convivência com a seca, incentivos fiscais e apoio à agricultura familiar.

A prefeita de Cardoso Moreira, Geane Vincler (União), avalia que a lei representaria esperança para milhares de famílias e condições dignas para o campo prosperar, e que o veto é motivo de tristeza, mas a mobilização seguirá para tentar reverter a decisão.

O movimento também recebe o apoio de entidades como a Associação Fluminense dos Plantadores de Cana (Asflucan), a CDL de Campos e a Associação Comercial e Industrial de Campos (Acic), que defendem a derrubada imediata do veto.

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