Estado lança painel para monitorar crimes de preconceito
O Governo do Rio de Janeiro, por meio do Instituto de Segurança Pública (ISP), lançou no Dia da Consciência Negra o painel interativo Discriminação, uma ferramenta inovadora que reúne dados sobre crimes de preconceito registrados no estado. No primeiro semestre de 2024, 1.719 pessoas denunciaram crimes relacionados à intolerância nas delegacias, uma média de nove vítimas por dia. Entre os destaques, estão os 46 casos de crimes de intolerância cometidos no ambiente virtual registrados no período.
Entre os crimes analisados, os mais recorrentes foram:
- Injúria por preconceito: 1.106 vítimas;
- Preconceito de raça, cor, religião, etnia ou procedência nacional: 436 casos;
- Intolerância e/ou injúria racial, de cor e/ou etnia: 60 registros;
- Discriminação por deficiência: 41 vítimas;
- Intolerância por orientação sexual e religiosa: 18 casos cada.
Segundo Leonardo Vale, vice-presidente do ISP, o novo painel reforça o compromisso do instituto com a transparência e a criação de políticas públicas:
“Há 25 anos, o ISP trabalha para ampliar o acesso a dados de segurança pública. O painel Discriminação, agora integrado ao ISPConecta, detalha informações por raça, etnia, orientação sexual, deficiência e religião, contribuindo para o diálogo e a conscientização social.”
A análise do perfil das vítimas indica que a maioria são mulheres negras, de 30 a 59 anos. Os casos de injúria por preconceito ocorrem majoritariamente em vias públicas, enquanto os registros de preconceito por raça e cor frequentemente envolvem estudantes negros em ambientes residenciais.
Outros dados do período incluem:
- 60 casos de intolerância e/ou injúria racial;
- 41 casos de discriminação por deficiência;
- 25 casos de ultraje a culto;
- 18 casos de intolerância por orientação sexual e religiosa;
- 7 casos de discriminação contra portadores de HIV;
- 5 casos de discriminação contra estrangeiros;
- 3 casos de intolerância por identidade ou expressão de gênero.
O painel Discriminação pode ser acessado no ISPConecta e representa um marco na busca por igualdade e respeito.
Fonte: Secom.