Depressão: FDA aprova estimulação magnética transcraniana para tratar doença
As agências reguladoras dos EUA (FDA) e do Reino Unido aprovaram um novo tratamento contra Depressão: a estimulação magnética transcraniana repetitiva (EMTr). A terapia é direcionada ao córtex pré-frontal dorsolateral esquerdo (uma área em direção à parte frontal superior do cérebro).
Estudos científicos comprovaram a eficiência do procedimento. A experiência indica que bastam 20 sessões ao longo de 20 a 30 dias.
A professora Valerie Voon, do Departamento de Psiquiatria da Universidade de Cambridge, à frente da pesquisa, está otimista em relação aos resultados. “Isso significa que pode ser particularmente útil em casos graves de depressão, incluindo quando alguém está tendo pensamentos suicidas.”
Método duplo
Os pesquisadores também testaram um método “duplo”, aplicando uma terapia de campo magnético no OFC direito (localizado abaixo do córtex pré-frontal dorsolateral) em conjunto com o tratamento pré-frontal esquerdo.
Setenta e cinco pacientes foram inscritos no teste do Second People’s Hospital da Província de Guizhou, China. Seus níveis de depressão foram avaliados usando a Hamilton Rating Scale for the Depression treatment, segundo o Common Wealth Union.
Após quatro semanas de tratamento, 61% dos participantes no grupo duplo e 59% no grupo de tratamento único mantiveram respostas clinicamente significativas, em comparação com pouco mais de 22% no grupo de controle – aqueles que mantiveram a terapia convencional.
Um mal do século
A estimativa é que cerca de 5% dos adultos no mundo sofrem de depressão. Embora vários tratamentos, incluindo antidepressivos e terapia cognitivo-comportamental (ou “terapia da fala”), a queixa permanece.
E para muitos pacientes esse tratamento se mostra ineficiente.
A depressão geralmente envolve atividade reduzida em algumas áreas do cérebro, como o córtex pré-frontal dorsolateral, e atividade aumentada em outras, como o córtex orbitofrontal.
Funciona mais rápido
Para Valerie, a terapia proposta no estudo ajudará nas altas hospitalares. “O tratamento funciona mais rápido porque, ao atingir duas áreas do cérebro implicadas na depressão, estamos efetivamente corrigindo desequilíbrios em dois processos importantes, fazendo com que as regiões do cérebro ‘conversem’ entre si corretamente.”
Pesquisadores do estudo apontaram que o tratamento foi mais eficaz em pacientes que, no início do teste, mostraram conectividade mais forte entre o OFC (córtex orbitofrontal) e o tálamo, uma região central do cérebro envolvida na regulação da consciência, sono e alerta.
Em um estudo publicado na Psychological Medicine, pesquisadores de Cambridge, Reino Unido, e Guiyang , China , mostraram a eficiência da experiência.
Porém, as agências Nice, do Reino Unido, e FDA, dos EUA, advertem que o cronograma estendido pode não ser adequado para todos o pacientes. É importante verificar caso a caso.
Fonte: Só Boas Notícias