Crise Hídrica e desafios do Rio Paraíba do Sul em pauta em Campos

Compartilhe...

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da Promotoria de Investigação Penal, realizou, na tarde desta quinta-feira (12), uma audiência pública para discutir as questões ambientais e hídricas do Rio Paraíba do Sul. O evento destacou as investigações sobre o aparecimento das algas que proliferaram e produziram a substância geosmina no rio, em julho deste ano.

Solicitada pelo promotor Fabiano Rangel, responsável pela investigação, a reunião aconteceu na Fundenor, no bairro Pecuária, em Campos dos Goytacazes. O encontro contou com a participação de diversas autoridades, como o vice-prefeito Frederico Paes, o diretor do Comitê do Baixo Paraíba, João Siqueira, representantes dos municípios de São João da Barra, São Fidélis e Itaocara, além de advogados ambientais, professores da UENF, representantes do INEA, o presidente da FIRJAN, o secretário de Agricultura de Campos, Almir Júnior, e demais envolvidos.

Durante a audiência, foram apresentados os estudos realizados pela UENF sobre a toxina detectada no rio, além de relatos sobre secas que ocorreram em anos como 2002, 2007 e 2014. A discussão promoveu reflexões sobre ações conjuntas entre regiões e organizações para enfrentar os desafios hídricos e ambientais.

João Siqueira destacou a relevância da parceria do MPRJ com o Comitê do Baixo Paraíba no enfrentamento dos problemas. Segundo ele, iniciativas como essa devem gerar soluções concretas e multiplicar conscientização. “A região fluminense é uma zona de sacrifício, desprestigiada em investimentos públicos e políticas públicas. É preciso reverter isso”, afirmou Siqueira, ressaltando que fatores como a transposição de águas e a má gestão de recursos agravam os problemas ambientais.

O vice-prefeito Frederico Paes abordou os impactos da crise hídrica em Campos, atribuindo parte do problema à transposição de águas para a capital do estado. “Essa crise provoca desabastecimento e problemas de qualidade da água, afetando a população. Além disso, a falta de segurança hídrica impede a atração de grandes indústrias, prejudicando a economia local”, destacou o vice-prefeito.

O promotor Fabiano Rangel enfatizou a importância do debate e da participação de representantes de diferentes regiões. Ele explicou que, além de questões climáticas, as transposições e barragens no Rio Paraíba do Sul têm gerado desequilíbrios ambientais significativos. “Precisamos levar o que foi discutido aqui para outras autoridades da região e do estado, pois o problema afeta muitos municípios, não apenas Campos”, concluiu.

Aplicativo Aguas do Paraiba

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *