Corte do aluguel social gera protesto de moradores em Campos
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Moradores de Ururaí realizaram uma manifestação pacífica na manhã desta quarta-feira (12) em Campos dos Goytacazes, reivindicando a continuidade do aluguel social, que estaria sendo suspenso pela Prefeitura. O benefício integra um programa de assistência para famílias em situação de vulnerabilidade social, muitas das quais aguardam desde 2012 a entrega das casas populares prometidas para a região.
De acordo com os moradores, os beneficiários estão sendo chamados aos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) e informados sobre o corte do auxílio, muitas vezes sem um prazo adequado para reorganização. A medida tem impactado diretamente famílias com crianças especiais, idosos acamados e pessoas em condições de extrema necessidade.
Famílias temem despejo
Jorge Carvalho Marques, um dos moradores afetados, relatou a preocupação com a situação. Segundo ele, muitas famílias estão sendo despejadas por não conseguirem arcar com o aluguel sem o benefício.
“O Cras está chamando família por família e informando sobre o corte. Algumas têm um prazo de três meses para se organizar, outras nem isso. Muitas dessas famílias foram retiradas de áreas de risco e dependem desse auxílio. Estamos falando de mães com filhos especiais, de pessoas que cuidam de parentes acamados. Hoje fizemos um protesto, mas foi apenas um primeiro grito de socorro”, afirmou Jorge.
A manifestação reuniu diversos moradores que questionam a falta de posicionamento oficial da Prefeitura e destacam que, apesar da promessa de construção das casas populares, as moradias ainda não foram entregues.
Promessas não cumpridas
Os manifestantes relembram que, em 2012, foram removidos de áreas de risco às margens do rio Ururaí e realocados com a promessa de receberem novas habitações. Desde então, aguardam a entrega das unidades populares.
“A área onde essas casas deveriam ser construídas está lá, mas no lugar dela estão sendo feitas uma Clínica da Família, um terminal e uma vila olímpica. São mais de 78 mil metros quadrados que poderiam abrigar as famílias, mas nada foi feito”, afirmou Jorge Marques.
Indaiá Barcelos, também beneficiária do aluguel social, destacou sua preocupação com o futuro.
“Eu tenho uma filha especial e não tenho condições de pagar aluguel. A prefeitura nos tirou das casas de risco, prometeu novas residências e nunca entregou. Agora, depois de 14 anos, simplesmente cortam o benefício. Como vamos sobreviver?”, questionou Indaiá.
Novos protestos estão previstos
Os moradores afirmam que seguirão mobilizados e organizando novos atos para reivindicar uma resposta do governo municipal.
“Não vamos aceitar essa situação. Hoje foi um protesto pacífico, mas outros virão. Queremos uma solução definitiva. A prefeitura demoliu nossas casas, nos colocou no aluguel social e agora está nos deixando sem nada”, concluiu Jorge Marques.