Consequências da desnutrição na infância: os impactos permanentes na saúde e no desenvolvimento infantil

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Sintomas imediatos da fome incluem fraqueza, pressão baixa, tontura, dor no estômago e dor de cabeça. Contudo, os impactos de longo prazo da desnutrição, principalmente em crianças, podem ser muito mais graves.

Um estudo conduzido pelo Laboratório de Plasticidade Neural da Universidade Federal Fluminense (UFF) indica que os efeitos da desnutrição no cérebro, especialmente quando ocorrem na primeira infância, podem ser irreversíveis, afetando o desenvolvimento cognitivo – isto é, a capacidade de aprender, assimilar informações e lidar com desafios diários.

“A fome é uma condição desumana. Não há justificativa para um país tão rico como o Brasil ter pessoas passando fome”, afirma Claudio Alberto Sefarty, neurocientista e professor da UFF.

Impactos irreversíveis da desnutrição

Segundo o professor Claudio Alberto Sefarty, da UFF, os períodos críticos da infância são quando as conexões cerebrais se formam. Essas conexões se desenvolvem nos estágios iniciais das crianças, especialmente nos primeiros anos de vida. É nesse período que a criança aprende a falar, andar e explorar coisas novas.

“O cérebro da criança é altamente maleável. Assim, a criança não apenas aprende facilmente, mas todas as conexões se adaptam ao uso e à exploração, incluindo os elementos essenciais da alimentação”, explica.

Ele lidera a pesquisa que revela danos causados pela desnutrição ao cérebro e destaca que a má alimentação resulta em alterações irreversíveis na plasticidade neural.

“Também observamos danos seletivos causados pela ausência de certos nutrientes essenciais: triptofano e ácidos graxos ômega-3. A falta desses nutrientes pode levar a danos permanentes”.

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