Concurso da Prefeitura de Macaé: parlamentares pedem anulação por irregularidades

Uma moção de repúdio às questões ofensivas incluídas no último concurso público da Prefeitura de Macaé foi oficializada pela Câmara de Vereadores na sessão desta terça-feira (22). O documento, assinado por todos os 17 parlamentares, também apontou outros problemas na aplicação da prova, organizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Durante a sessão, foi solicitada a anulação do concurso.
O vereador Guto Garcia (MDB), que também é professor da UFRJ, destacou uma questão de matemática com gabarito incorreto, que não foi corrigida. “Eu resolvi a questão e posso garantir que está errada, como já demonstrei nas minhas redes sociais”. Segundo ele, a FGV anulou algumas questões, mas deixou essa em aberto. “Diante das ofensas às mulheres e dos erros cometidos, acredito que a anulação do concurso é a melhor solução”, afirmou.
Edson Chiquini (Cidadania) apoiou a anulação, mencionando desorganização, atrasos no início da prova, falta de preparo dos fiscais e desrespeito às mulheres como razões para o cancelamento. “Caso o concurso seja anulado, também solicito que a Prefeitura de Macaé reavalie a contratação da FGV como organizadora”, sugeriu, indicando a necessidade de substituição.
A vereadora Iza Vicente (Rede) acrescentou que, apesar de algumas questões com conteúdo misógino terem sido anuladas, uma associação de mulheres já solicitou ao Ministério Público (MP) a anulação total do concurso, alegando também conteúdo discriminatório envolvendo crianças e religião. “Essa é uma questão muito grave, pois a disseminação de pensamentos de inferioridade contribui para atitudes extremas, como a que ocorreu neste fim de semana”, alertou, referindo-se ao feminicídio de uma mulher no Centro de Macaé.